VEGETARIANO NO MACDONALDS

Desde mais ou menos os 15 anos de idade eu queria ser vegetariano. Algo intuitivo. Aos 18 fiquei seis meses totalmente veg. Mas convenções sociais, a falta de informação (a internet acho que nem caminhava no país ainda), e a solidão no meio de carnívoros minou minha força de vontade.

Já num outro contexto, me tornei vegetariano a partir do dia 1º de Janeiro de 2007. Como sou ruim com datas (eu e todo o espectro masculino:), achei que um dia como esse eu não esqueceria. E ficou realmente fácil de lembrar, rs.

Não sei se os impávidos, hávidos e supra leitores sabem. Mas todo nosso corpo tem suas células, todas as células, renovadas completamente de 7 em 7 anos. Não vejo o dia de ter meu veículo nesse mundo totalmente livre de toxinas, anabolizantes, alimentos transgênicos (usados na alimentação das 'cabeças' da sanguinária indústria alimentícia), da aflição e da dor do abate frio e ignóbil de um ser vivo, criado em condições purgatoriais, entre muitas outras coisas. O que não falta são argumentos para sermos vegetarianos.

E digo o seguinte: é impressionante a possibilidade de saltos de consciência a partir dessa mudança alimentar. Por que não é só alimentar. É um aprofundamento em valores sublimes. Como o respeito à vida, por exemplo. Sem falar que o vegetariano é levado, naturalmente, a se ocupar do que come, como come, quando come, onde come e com quem come. E comida é saúde. Não só física. E é aí que está a chave.

Pode ser radical, mas, em minha humilde opinião, todo carnívoro nos dias de hoje é, pelo menos, ignorante. Ou fraco. Não consegue romper as barreiras fracas de seus hábitos alimentares e dos igualmente fracos hábitos sociais. E/ou não se sensibiliza com a atual situação da humanidade num planeta tornado doente também por esse mesmo hábito errático ao longo do tempo. Está tudo nos jornais, nas revistas, na tv, em sites. Quem tem olhos para ver, veja.

O que mais ouço, quando digo que sou vegetariano é: "Ahh! eu não consigo ficar sem uma picanha!, um churrasco, um bife acebolado...", e eu digo: "Vai nessa".

E me perguntam, como perguntam a todo vegetariano: "mas você não come nem peixe? nem frango?". Como se um peixe ou uma ave não fosse um ser vivo. Respondo: "não como bicho morto". Até mesmo para chocar, rs.

Aqui na Vila Madalena, um dos bairros mais vanguardistas em matéria de comportamento no Brasil, por conter 'n' redações de boas edições, 'x' ateliers de arte, além de alguns dos melhores endereços da noite paulistana, há pelo menos uma dezena de restaurantes vegetarianos. Será que isso está errado?

Num raio de menos de um kilômetro daqui de casa há três. Alcaparras (Avenida Pompéia), Cereal Brasil e Quintandinha (ambos na Rua Rodésia). Tem um indiano ótimo. Um pouquinho menos perto. Mas dá para ir à pé.

É uma tendência sem volta. Graças a Deus. A idéia é a seguinte: seja vegetariano ou fique para trás.

Só para melhor ilustrar a força de uma 'nova consciência e juventude', outro dia recebi visita de minha mãe. Ela queria comer no Macdonalds. Logo pensei: ok, mas não vou comer lá. Incrédulo e já com o espírito preparado a acompanhei. Perguntei, com um sorriso no canto da boca, para a mocinha com a comanda na mão, na fila, se, por acaso, haveria ali algo vegetariano. Pois ela me respondeu com um vitorioso ar irônico que sim. Susto. E o 'pior', eu me rendo, era muito bom. Não lembro o nome, e nem tem ainda no site da rede. Fato é que ATÉ O MACDONADLS ESTÁ VENDENDO PRODUTO VEGETARIANO. É um "christi(cristo) vega", algo assim. Não lembro exatamente do nome.

Pronto, dizer mais o quê?

Veja a 1ª parte, de dez, do documentário "Earhtlings". Uma grande ajuda à reflexão.



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