MULHERES NOTA 1000

Vi outro dia um programa chamado "Mundo Fashion", onde uma equipe de especialistas como dentista, cirurgião plástico, esteticista, cabeleireiro, clínico geral, entre outros, trabalham para deixar uma modelo, cuidadosamente escolhida, em forma e no formato ideal para que ela consiga sucesso em sua nova carreira. A mocinha em questão é da agência Mega, reconhecida como uma das maiores e mais importantes no país.

E corta cabelo, passa-se lazer na pele, algumas gramas de silicone nos seios, nos glúteos, clareia os dentes, refaz o nariz, muda a dieta, maquiagem corretiva, alinha as gengivas, diminui a cintura, na mesa de cirurgia, e pronto! lembrei do filme "Mulher nota 1000". Clássico da sessão da tarde nos anos 80.

O título original é "Weird Science", algo como 'estranha ciência'.
O filme conta como dois adolescentes cheios de hormônios resolvem produzir eles mesmos, no computador, a mulher ideal para seus desejos. Com sutiãs na cabeça eles finalmente conseguem o feito e aparece a divina (para os padrões da época) Kelly Lebrock. Que ficou no imaginário coletivo da mulecada um bom tempo.

A ficção virou realidade, mais uma vez. E mais que isso, há seres por aí que não dá pra saber se são homens ou mulheres. Graças, ou por culpa, dessa estranha ciência ilusória de fabricação de mulheres nota 1000.

O problema é que a mega-modelete do programa da tv, depois de seu recall estético, imageticamente ficou nota 10 para os profissionais da moda. Porém, um probleminha ainda persistia: ela continuava com a mesma personalidade. Aparentemente ingênua e insegura. Uma menina. O que, definitivamente, não combinava mais com a nova embalagem .