sábado, 22 de setembro de 2007

PT- NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO

São Paulo - 21/09/07

Peguei o metrô sentido Barra Funda, na Sé. O horário era 'daqueles', quando o formigueiro humano se comprime em ânsia de descanso.

Entre odores, conversas, mexe-mexes e reconhecimento de terreno foco num homem de uns quase 40 anos. Tez cansada, barba a meio caminho, mãos ossudas e grossas. Mais um ralador brasileiro. Vestia uma camisa vermelha já meio carcomida. Com uma estrela do PT no lado esquerdo do peito. Também usava boné, sujo de cal, ou tinta branca. Segurava uma pequena bolsa.

Assim que o burburinho da entrada no vagão serenou e fomos tomando velocidade pouco a pouco as pessoas em volta do cidadão começaram a se dar conta daquela figura. Sobrancelhas arquearam-se discretamente, pestanas inquietas formavam interrogações, cantos de bocas aumentaram em rugas, pupilas cúmplices atônitas escaneavam a reação em cadeia.

Era um sujeito corajoso. Ou ingênuo. Ou de grande e cega fé. Ou simplesmente desinformado. Como muito há ainda. Para bem ou mal.

Noutros tempos, na época da primeira eleição de nosso atual Presidente, haviam muitas dessas camisas, bonés e souveniers do Partido dos Trabalhadores. Usados com um orgulho invejável. Como o dia seguinte de um time campeão.

Hoje, como o dia após de um time em queda, tudo que aquela estrela não pode provocar é admiração. Que pena.

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