Obrigado metroviários de São Paulo

Ontem e hoje São Paulo esteve caótica. Os metroviários entraram em greve, num cabo-de-guerra político com a administração pública, e mudaram a rotina da megalópole.

Sampa é completamente dependente do metrô. O que é um absurdo estrutural. Quando ele pára, libera-se o rodízio de carros, que dobram de volume nas ruas, à metade da velocidade, dobrando a visível e mórbida camada de poluição no 'teto' da cidade. O terminais chaves de distribuição do transporte transbordam de trabalhadores que não têm nada a ver com a rinha entre sindicatos e servidores públicos (muitos com interesses privados, nesse caso).

Na Zona Leste, maior, mais longe e 'menos favorecida' da cidade, a coisa fica feia.

Noves fora todas essas questões, se é que é possível, fiz uma descoberta interessante nesses dois dias.

Ontem tive que ir de ônibus para o meu 'trampo', de free lancer. Vi na internet, na noite da quarta-feira, que o metrô funcionaria com capacidade de 85% nos horários de pico (minha ida e vinda) e 65% nos horários 'normais'. 'Ótimo', pensei. Ontem de manhã (quinta-feira), antes de sair de casa, ouvi uma repórter da Rádio CBN dizer que o serviço estava funcionando 'parcialmente'. 'Ótimo'. Meu horário no novo trabalho não seria influenciado pela greve.

Cheguei na estação Vila Madalena e encontro as portas fechadas com uma patrulha policial na frente. Fui de ônibus. Nele percebi que o trajeto que fazia há uma semana de metrô é muito mais perto que imaginava. Concluí que dava pra ir de bicicleta.

Hoje fiz o teste. Fui e voltei de bike para o trabalho. E farei isso enquanto durar o 'job'. Economizo uma grana, faço um exercício aeróbico (bom para diminuir a barriga que insiste em ir para frente) e ainda 'flano' conhecendo novos olhares dessa cidade singular.

Usando o recurso de uma frase 'mais velha que a serra', como se diz em Minas: há males que vêm pra bem. Dói escrever algo tão clichê. Mas é isso mesmo.