A NECESSIDADE DE ROUSSEAU NA ERA DA IMAGEM
Diante da babilônia imagética a que somos bombardeados nessa era em que a forma sobressai-se ao conteúdo.
Em que corpos, mentes e até corações são condicionados aos padrões utópicos da hiper-realidade imposta pela cada vez mais reinante cultura digital.
Em que as relações sociais, em todos os níveis, estão à mercê de aparências superficiais.
Em que os valores sublimes mais importantes, os imortais valores, se vêem reféns de uma realidade cada vez mais inócua e rasteira.
É necessário o resgate do pensamento illuminado de alguém que viveu no século XVIII.
Jean-Jacques Rousseau.
Que diz, segundo o comentário de Paul Arbousse-Bastide e Lourival Gomes Machado, em um volume que caiu em minhas mãos:
"A CIVILIZÃÇÃO É VISTA POR ROUSSEAU COMO RESPONSÁVEL PELA DEGENERAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS MORAIS MAIS PROFUNDAS DA NATUREZA HUMANA E SUA SUBSTITUIÇÃO PELA CULTURA INTELECTUAL. A UNIFORMIDADE ARTIFICIAL DE COMPORTAMENTO, IMPOSTA PELA SOCIEDADE ÀS PESSOAS, LEVA-AS A IGNORAR OS DEVERES HUMANOS E AS NECESSIDADES NATURAIS. ASSIM, COMO A POLIDEZ E AS DEMAIS REGRAS DE ETIQUETA PODEM ESCONDER O MAIS VIL E IMPIEDOSO EGOÍSMO, AS CIÊNCIASE AS ARTES, COM TODO SEU BRILHO EXTERIOR, FREQUENTEMENTE SERIAM SOMENTE MÁSCARASDA VAIDADE E DO ORGULHO."
Ou seja, perdido e tonto nas necessidades imagéticas e exigências, na marioria das vezes vazias da sociedade atual, dita civilizada, o Homem esquece-se de olhar para dentro de si mesmo e de se conhecer melhor. O "Conhece-te a ti mesmo". Como deveria ser. Resgatar o que Rousseau chamou de Homem Natural.
Um pensamento de quase trezentos anos que se encaixa perfeitamente em nossos dias.
Hávidos, impávidos e Supra leitores, vocês não têem idéia de como fiquei feliz ao ler isso.
É bom saber que umas das coisas que sinto, e luto, tem respaldo teórico de um dos maiores filósofos da história ocidental.
Cilicone, Photoshop, carrões, imponências, aparências, Excelências e tantos afins, IMAGEM NÃO É NADA.
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